segunda-feira, 11 de junho de 2012
Problema conosco
Problema conosco
Não os criaria Deus à parte.
Os gênios perversos das interpretações religiosas somos nós
mesmos, quando adotamos conscientemente a crueldade por
trilha de ação.
*
Observa as lágrimas dos órfãos e das viúvas, ao desamparo.
Há quem as faça correr.
Repara os apetrechos de guerra, estruturados para assaltar
populações indefesas.
Há quem os organize.
Anota as rebeliões que se transfiguram em crimes.
Há quem as prepare.
Pensa nos delitos que levantam as penitenciárias de
sofrimento.
Há quem os promova.
Medita nas indústrias do aborto.
Há quem as garanta.
Pondera quanto aos movimentos endinheirados do lenocínio.
Há quem os resguarde.
Reflete nos mercados de entorpecentes.
Há quem os explore.
*
Enunciando, porém, semelhantes verdades, não acusamos
senão a nós mesmos.
A condição moral da Terra é o nosso reflexo coletivo.
Todos temos acertos e desacertos.
Todos possuímos sombra e luz.
Consciências encarnadas em desvario fazem os desvarios da
esfera humana.
Consciências desencarnadas em desequilíbrio geram os
desequilíbrios da esfera espiritual.
É por isso que o Evangelho assevera: “Ninguém entrará no
reino de Deus sem nascer de novo”.
E o Espiritismo acentua: “Nascer, viver, morrer, renascer de
novo e progredir continuamente, tal é a lei”.
Em suma, isso quer dizer que ninguém conseguirá desertar da
luta evolutiva.
Continuemos, pois, vigilantes no serviço do próprio
burilamento, na certeza de que o amor puro liquidará os infernos,
quando nós, que temos sido inteligências transviadas nos
domínios da ignorância, estivermos sublimados pela força da
educação.
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