sábado, 9 de junho de 2012

ASSISTÊNCIA E NÓS

 
ASSISTÊNCIA E NÓS

Coerentes quase todas as críticas desfechadas pelos observadores das obras de
caridade contra os seareiros que as exercem.
Todas essas críticas são seguras e construtivas, de vez que freqüentemente se erigem à
feição de advertências preciosas na base do dever.
Nisso estamos todos concordes.
* * *
Se somos defrontados por uma criança relegada aos lances adversos da rua, recordamos
de pronto que as organizações assistenciais devem recolhe-las para a educação
necessária.
Surpreendidos pelo companheiro embriagado na via pública, mentalizamos para logo que
as autoridades legais devem estar alerta contra os abusos do álcool.
Encontrando um enfermo entregue à ventania da noite, afirmamos, com razão, que os
serviços hospitalares devem abrir as portas a todos os que padecem angústia e febre no
espaço de ninguém.
Interpelados pelos homens tristes que se endereçam humilhados ao exercício da
mendicância, lembramo-nos, de imediato, que eles devem abraçar uma profissão e
atender à própria subsistência.
Ouvindo a voz chorosa das mães sofredoras que recorrem à prática da esmola a fim de
sustentarem os filhos pequeninos, declaramos que as administrações devem ser
responsabilizadas pela extensa fieira dos que vagueiam sem recursos em todas as
direções.
* * *
Indubitavelmente, governos e instituições, grêmios de solidariedade humana e
personalidades representativas precisam agir na erradicação da penúria e do vício, da
necessidade e da ignorância, enquanto que aos nossos irmãos do petitório cabe procurar
trabalho e instrução para se elevarem de nível.
Que devem, efetivamente devem.
Todos concordamos com semelhante alegação.
Resta a nós, os cristãos que respondemos pelo nome de Jesus, perguntar à própria
consciência, antes de qualquer censura aos serviços de amor ao próximo, sobre o que
temos realizado e observar o que estamos realizando nas boas obras que nos compete
empreender. E até que os poderes oficiais que nos pedem cooperação e não reproche
consigam executar os programas de socorro e educação que se propõem a efetuar e que
naturalmente concretizam pouco a pouco, reflitamos como seria fácil a vitória da caridade,
se cada um de nós, junto aos irmãos em dificuldade, se decidisse a auxiliar pelo menos
um.

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