sábado, 9 de junho de 2012
DENTRE OS OBREIROS
DENTRE OS OBREIROS
Dos obreiros que se te fizeram colaboradores e amigos, no campo do bem, conhecerás
muitos deles na condição de representantes de faixas diversas da evolução humana:
aqueles que começam entusiasticamente, na trilha da obra, lançando arrojados planos de
ação, e abandonam o apostolado nos alicerces, com receio do sacrifício;
os que chegam otimistas, louvando as perspectivas do trabalho, e deixam a tarefa, assim
que lhe observam a complexidade e a extensão;
os que recolheram benefícios da seara e regressaram a ela, prometendo auxílio e
reconhecimento, mas largam-na, às vezes de improviso, tão logo se vejam chamados a
aprender quanto custa o esforço da sementeira;
os que formulam projetos avançados de renovação, sob o pretexto de se atender ao
progresso, e retiram-se quando observa,m quanto suor e quanta distância existem
sempre entre a teoria e a realização;
os que supõem na gleba um filão de recursos fáceis e fogem dela logo que tomam
pessoalmente o peso da charrua de obrigações que lhes compete movimentar.
Entretanto, ao lado desses cooperadores, sem dúvida respeitáveis, mas ainda inabilitados
para os compromissos de longa duração, encontrarás aqueles outros, os que conhecem a
importância da paz de espírito e não se arredam da empreitada que lhes coube,
prosseguindo no desempenho dos deveres que abraçaram, ainda mesmo quando isso
lhes custe o pão amassado com lágrimas, nos testemunhos de fé e abnegação, dia por
dia.
Forma entre esses que se mostram decididos a pagar o preço da própria ascensão e
reconhecerás para logo que o obreiro digno do salário da felicidade e da paz, nos erários
da vida eterna, será sempre aquele que caminha para a frente com a obra no pensamento
e no coração, a pleno esquecimento de si mesmo, trabalhando e servindo,
compreendendo e auxiliando, amando e construindo, a serviço do bem de todos, até o
fim.
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