segunda-feira, 11 de junho de 2012
Melhorar
Melhorar
Sofres constantes vicissitudes e suspiras por melhorar.
De afeições prediletas, colheste calhaus por flores.
Amigos que abraçavas, confiante, voltaram-te o rosto,
atirando-te fogo ao peito.
Age, porém, como se nada disso houvesse acontecido, e
continua distribuindo o pão da bondade.
Observas que o trabalho te pede sacrifício maior.
Tarefas, reconhecidamente dos outros, são relegadas às tuas
mãos.
Procede, entretanto, como se os deveres agravados te
pertencessem, honrando a casa de responsabilidade e suor, casa
que te valoriza a existência.
Apreciações incompletas, que te escaparam da boca, são
motivo a comentários que te deprimem.
Reparas, com tristeza, que te pregam às costas o cartaz da
ironia.
Caminha, contudo, como se a maldade circulante não
existisse, porque, em verdade, os melhores companheiros não
tem obrigação de conhecer-te os intentos nobres.
Ações edificantes que iniciaste foram interrompidas com
desrespeito.
Retalharam-te o nome e apedrejaram-te a alma.
Segue, no entanto, à frente, como se tudo isso tivesse de
suceder mesmo assim, para que refaças as próprias obras, no
rumo da perfeição.
*
Todos trazemos do passado larga bagagem de defeitos e
prejuízos.
Alimentá-los ao preço de inquietação e revide seria perpetuar
o desequilíbrio e a aflição.
Se aspiras a solucionar os problemas da vida, serve e perdoa,
sem condições.
No mundo moral não existe oposição que resista
indefinidamente à força do exemplo.
Se o desânimo te ameaça, desce os olhos e contempla o teu
próprio corpo e o teu próprio corpo dirá em silêncio que, para
sustentar-te o espírito, infatigavelmente, ele mesmo vive em
regime incessante de serviço e perdão para melhorar.
Previdência
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