sábado, 26 de maio de 2012

O Deva e o Buda




O Deva e o Buda

O Buda estava um dia no jardim de Anathapindika, na cidade de Jetavana, quando lhe apareceu um Deva (espírito da natureza) em figura de brâmane e vestido de hábitos brancos como a neve, e entre ambos se estabeleceu o seguinte diálogo:
O Deva:
- Qual é a espada mais cortante?
Ao que Buda respondeu:
- A palavra raivosa é a espada mais cortante.
- Qual é o maior veneno?
- A inveja é o mais mortal veneno.
- Qual é o fogo mais ardente?
- A luxúria.
- Qual é a noite mais escura?
- A ignorância.
- Quem obtém a maior recompensa?
- Quem dá sem desejo de receber é quem mais ganha.
- Quem sofre a maior perda?
- Quem recebe de outro sem devolver nada é o que mais perde.
- Qual é a armadura mais impenetrável?
- A paciência.
- Qual é a melhor arma?
- A sabedoria.
- Qual é o ladrão mais perigoso?
- Um mau pensamento é o ladrão mais perigoso.
- Qual o tesouro mais precioso?
- A virtude.
- Quem recusa o melhor que lhe é oferecido neste mundo?
- Recusa o melhor que se lhe oferece quem aspira à imortalidade.
- O que atrai?
- O bem atrai.
- O que repugna?
- O mal repugna.
- Qual é a dor mais terrível?
- A má conduta.
- Qual é a maior felicidade?
- A libertação.
- O que ocasiona a ruína no mundo?
- A ignorância.
- O que destrói a amizade?
- A inveja e o egoísmo.
- Qual é a febre mais aguda?
- O ódio.
O Deva então faz sua última pergunta:
- O que é que o fogo não queima, nem a ferrugem consome, nem o vento abate e é capaz de reconstruir o mundo inteiro?
Buda respondeu:
- O benefício das boas ações.
Satisfeito com as respostas, o Deva, com as mãos juntas, se inclinou respeitosamente ante Buda e desapareceu.

O pronunciamento do cacique Seattle




O pronunciamento do cacique Seattle

(discurso pronunciado após a fala do encarregado de negócios indígenas do governo norte-americano haver dado a entender que desejava adquirir as terras de sua tribo Duwamish).
O grande chefe de Washington mandou dizer que desejava comprar a nossa terra, o grande chefe assegurou-nos também de sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não precisa de nossa amizade.
Vamos, porém, pensar em sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará nossa terra. O grande chefe de Washington pode confiar no que o Chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na alteração das estações do ano.
Minhas palavras são como as estrelas que nunca empalidecem.
Como podes comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia nos é estranha. Se não somos donos da pureza do ar ou do resplendor da água, como então podes comprá-los? Cada torrão desta terra é sagrado para meu povo, cada folha reluzente de pinheiro, cada praia arenosa, cada véu de neblina na floresta escura, cada clareira e inseto a zumbir são sagrados nas tradições e na consciência do meu povo. A seiva que circula nas árvores carrega consigo as recordações do homem vermelho.
O homem branco esquece a sua terra natal, quando - depois de morto - vai vagar por entre as estrelas. Os nossos mortos nunca esquecem esta formosa terra, pois ela é a mãe do homem vermelho. Somos parte da terra e ela é parte de nós. As flores perfumadas são nossas irmãs; o cervo, o cavalo, a grande águia - são nossos irmãos. As cristas rochosas, os sumos da campina, o calor que emana do corpo de um mustang, e o homem - todos pertencem à mesma família.
Portanto, quando o grande chefe de Washington manda dizer que deseja comprar nossa terra, ele exige muito de nós. O grande chefe manda dizer que irá reservar para nós um lugar em que possamos viver confortavelmente. Ele será nosso pai e nós seremos seus filhos. Portanto, vamos considerar a tua oferta de comprar nossa terra. Mas não vai ser fácil, porque esta terra é para nós sagrada.
Esta água brilhante que corre nos rios e regatos não é apenas água, mas sim o sangue de nossos ancestrais. Se te vendermos a terra, terás de te lembrar que ela é sagrada e terás de ensinar a teus filhos que é sagrada e que cada reflexo espectral na água límpida dos lagos conta os eventos e as recordações da vida de meu povo. O rumorejar d'água é a voz do pai de meu pai. Os rios são nossos irmãos, eles apagam nossa sede. Os rios transportam nossas canoas e alimentam nossos filhos. Se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar e ensinar a teus filhos que os rios são irmãos nossos e teus, e terás de dispensar aos rios a afabilidade que darias a um irmão.
Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um lote de terra é igual a outro, porque ele é um forasteiro que chega na calada da noite e tira da terra tudo o que necessita. A terra não é sua irmã, mas sim sua inimiga, e depois de a conquistar, ele vai embora, deixa para trás os túmulos de seus antepassados, e nem se importa. Arrebata a terra das mãos de seus filhos e não se importa. Ficam esquecidos a sepultura de seu pai e o direito de seus filhos à herança. Ele trata sua mãe - a terra - e seu irmão - o céu - como coisas que podem ser compradas, saqueadas, vendidas como ovelha ou miçanga cintilante. Sua voracidade arruinará a terra, deixando para trás apenas um deserto.
Não sei. Nossos modos diferem dos teus. A vista de tuas cidades causa tormento aos olhos do homem vermelho. Mas talvez isto seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que de nada entende.
Não há sequer um lugar calmo nas cidades do homem branco. Não há lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o tinir das assa de um inseto. Mas talvez assim seja por ser eu um selvagem que nada compreende; o barulho parece apenas insultar os ouvidos. E que vida é aquela se um homem não pode ouvir a voz solitária do curiango ou, de noite, a conversa dos sapos em volta de um brejo? Sou um homem vermelho e nada compreendo. O índio prefere o suave sussurro do vento a sobrevoar a superfície de uma lagoa e o cheiro do próprio vento, purificado por uma chuva do meio-dia, ou recendendo a pinheiro.
O ar é precioso para o homem vermelho, porque todas as criaturas respiram em comum - os animais, as árvores, o homem.
O homem branco parece não perceber o ar que respira. Como um moribundo em prolongada agonia, ele é insensível ao ar fétido. Mas se te vendermos nossa terra, terás de te lembrar que o ar é precioso para nós, que o ar reparte seu espírito com toda a vida que ele sustenta. O vento que deu ao nosso bisavô o seu primeiro sopro de vida, também recebe o seu último suspiro. E se te vendermos nossa terra, deverás mantê-la reservada, feita santuário, como um lugar em que o próprio homem branco possa ir saborear o vento, adoçado com a fragrância das flores campestres.
Assim pois, vamos considerar tua oferta para comprar nossa terra. Se decidirmos aceitar, farei uma condição: o homem branco deve tratar os animais desta terra como se fossem seus irmãos.
Sou um selvagem e desconheço que possa ser de outro jeito. Tenho visto milhares de bisões apodrecendo na pradaria, abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem em movimento. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais importante do que o bisão que (nós - os índios) matamos apenas para o sustento de nossa vida.
O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem, o homem morreria de uma grande solidão de espírito. Porque tudo quanto acontece aos animais, logo acontece ao homem. Tudo está relacionado entre si.
Deves ensinar a teus filhos que o chão debaixo de seus pés são as cinzas de nossos antepassados; para que tenham respeito ao país, conta a teus filhos que a riqueza da terra são as vidas da parentela nossa. Ensina a teus filhos o que temos ensinado aos nossos: que a terra é nossa mãe. Tudo quanto fere a terra - fere os filhos da terra. Se os homens cospem no chão, cospem sobre eles próprios.
De uma coisa sabemos. A terra não pertence ao homem: é o homem que pertence à terra, disso temos certeza. Todas as coisas estão interligadas, como o sangue que une uma família. Tudo está relacionado entre si. Tudo quanto agride a terra, agride os filhos da terra. Não foi o homem quem teceu a trama da vida: ele é meramente um fio da mesma. Tudo o que ele fizer à trama, a si próprio fará.
Os nossos filhos viram seus pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio, envenenando seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias - eles não são muitos. Mais algumas horas, mesmos uns invernos, e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nesta terra ou que têm vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará, para chorar sobre os túmulos de um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
Nem o homem branco, cujo Deus com ele passeia e conversa como amigo para amigo, pode ser isento do destino comum. Poderíamos ser irmãos, apesar de tudo. Vamos ver, de uma coisa sabemos que o homem branco venha, talvez, um dia descobrir: nosso Deus é o mesmo Deus. Talvez julgues, agora, que o podes possuir do mesmo jeito como desejas possuir nossa terra; mas não podes. Ele é Deus da humanidade inteira e é igual sua piedade para com o homem vermelho e o homem branco. Esta terra é querida por ele, e causar dano à terra é cumular de desprezo o seu criador. Os brancos também vão acabar; talvez mais cedo do que todas as outras raças. Continuas poluindo a tua cama e hás de morrer uma noite, sufocado em teus próprios desejos.
Porém, ao perecerem, vocês brilharão com fulgor, abrasados, pela força de Deus que os trouxe a este país e, por algum desígnio especial, lhes deu o domínio sobre esta terra e sobre o homem vermelho. Esse destino é para nós um mistério, pois não podemos imaginar como será, quando todos os bisões forem massacrados, os cavalos bravios domados, as brenhas das florestas carregadas de odor de muita gente e a vista das velhas colinas empanada por fios que falam. Onde ficará o emaranhado da mata? Terá acabado. Onde estará a águia? Irá acabar. Restará dar adeus à andorinha e à caça; será o fim da vida e o começo da luta para sobreviver.
Compreenderíamos, talvez, se conhecêssemos com que sonha o homem branco, se soubéssemos quais as esperanças que transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais as visões do futuro que oferece às suas mentes para que possam formar desejos para o dia de amanhã. Somos, porém, selvagens. Os sonhos do homem branco são para nós ocultos, e por serem ocultos, temos de escolher nosso próprio caminho. Se consentirmos, será para garantir as reservas que nos prometestes. Lá, talvez, possamos viver o nossos últimos dias conforme desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará vivendo nestas floresta e praias, porque nós a amamos como ama um recém-nascido o bater do coração de sua mãe.
Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Preteje-a como nós a protegíamos. Nunca esqueças de como era esta terra quando dela tomaste posse: E com toda a tua força o teu poder e todo o teu coração - conserva-a para teus filhos e ama-a como Deus nos ama a todos. De uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus, esta terra é por ele amada. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum.

QUE A PAZ ESTEJA COM VOÇÊ !

A FILHA DESPRESADA E O FAZENDEIRO ORGULHOSO


A FILHA DESPRESADA E O FAZENDEIRO ORGULHOSO



Essa é uma história que já deixou muita gente comovida
Fala sobre um homem
Que achava que na sua vida muitas coisas
Pra ele não fazia sentido.
É a história de um fazendeiro,
Um homem sem coração,
Mas que um dia pagou caro
Pelo seu despreso e a sua ingratidão.
Dos quatro filhos que teve,
Três ele trazia na palma da mão,
Com carinho e muita dula,
E o outro era a caçula,
Que seria a sua sina,
Só porque ela era menina,
Ele não escondia a sua decepção,
E pra todos ainda dizia,
Que filho tinha que ser homem,
Que era pra ajudar o pai na lida,
E que um dia seria o dono do seu próprio chão,
E que filha mulher era atraso de vida,
Além de não servir pra ali, não saberia dar ordens,
E jamais poderia um dia ser um patrão.
Em todo o canto que ia, os três filhos ele levava,
Só que a menina ele despresava,
E ela entristecida, chorava escondida, e em seu canto ficava.
Sabendo que o maior erro da sua vida era ter nascido mulher,
Essa era a única culpa que ela carregava.
Mas um dia já cansada do despreso que ela sofria,
Chamando o seu pai de um lado a verdade ela dizia:
"meu pai, o senhor me viu nascer, mas nunca me considerou,
Eu já ouvi muito o senhor dizer, que o seu maior orgulho, é a sua fazenda de gado, e ver o seus filhos do seu lado,
No lombo de um cavalo, ou em cima de um trator.
Mas é só dos meus irmãos que o senhor tem falado,
Porque comigo o senhor nunca se importou".
E nesse momento dos olhos da menina, uma lágrimas rolou.
Mas ela continuou o seu pensamento,
E mesmo chorando ainda falou:
"eu podia muito bem ter nascido um menino,
Talvez tenha sido esse o erro do meu destino,
Que eu acho que ele não me ajudou.
Mas agora eu vejo, que ter nascido a sua filha
Foi mesmo um engano, eu já tenho doze anos,
E nunca ganhei um beijo e um abraço do senhor,
E é com a alma ferida e com o coração queimando em brasa,
Que eu vou me embora dessa casa e vou sair de vez da sua vida."
Ele ouviu as palavras daquela pobre menina,
Mas não se comoveu com as suas lágrimas e ainda falou:
"eu nunca ouvi tanta bobeira, tanta coisa pra eu fazer, e eu aqui,
Perdendo tempo com as suas besteiras,
E se você quer saber, filho mesmo eu só tenho é três,
E já que você quer ir embora, pode ir embora de uma vez."
E ela se foi,
Pegou a estrada e foi embora,
Só levando uma sacola com as roupas que ela usava.
Nunca mais mandou noticia e nunca mais voltou.
Alguns anos se passaram,
E o fazendeiro começou a ver de perto a sua sina.
Dos filhos que sempre adulava,
Não foi bem o que ele esperava e começou a sua ruína.
E mais um tempo depois,
O fazendeiro foi perdendo o seu dinheiro,
Enquanto a doença matava os seus bois,
Os filhos que ele tanto adorava,
Só pensava na farra e na liberdade que tinha.
Pra fazenda não ligavam, passavam o ano inteiro festando,
E assim foram gastando todo dinheiro que tinham.
O fazendeiro foi ficando desesperado,
Seu sangue fervia nas veias,
Gastando com advogado pra tirar os filhos drogados da cadeia.
Depois de velho e cansado,
Ele se viu um homem derrotado,
Abandonado pelos seus próprios filhos,
Ele se viu só, num buraco negro e profundo,
Desprezado por todo mundo, completamente só e endividado.
E a sua fazenda que já foi um dia o seu reino encantado,
Ele teve que vender para um comprador de um outro estado
Que cobriu a oferta que foi dada,
E aceitou as condições que ele pedia.
E ele só venderia a propriedade, se ele pudesse continuar ali na fazenda
Mesmo que fosse pra trabalhar de empregado,
Só pra poder viver ali o resto dos seus dias.
E, com o orgulho ferido,
Reconhecendo o seu fracasso,
Vendo que tudo aquilo que foi construído
Com os seus próprios braços,
Agora não passava de um sonho perdido
Que foi destruído pelos seus filhos
E que fez dele um simples empregado, velho e cansado
Um certo dia ele estava sentado debaixo de uma árvore,
Admirando tudo aquilo que jão foi seu,
Foi quando ele recebeu um recado que ele ia ser dispensado,
E no escritório da fazenda compareceu.
Quando ele foi chegando,
Já foram lhe falando:
"já esta pronta a papelada e só falta a assinatura do senhor."
E ele nervoso já foi respondendo:
"fique sabendo sua secretária, que tudo isso um dia foi meu,
E que no dia em que eu vendi essa fazenda,
O comprador tava sabendo que eu ficaria aqui
Trabalhando de empregado, e o corretor me avisou que ele tinha concordado.
Disse que ele morava em um outro estado,
Sendo que na verdade eu ainda nem o conheço,
Porque nem se quer aqui ele nunca apareceu,
E pode dar um recado pra esse seu patrão sua secretária,
Diga à ele que nesse chão ainda vou ser enterrado,
E eu não vou assinar nenhum papel de demissão".
Aí ela então respondeu:
"o senhor está muito enganado na sua decisão.
O senhor entrou aqui me chamando de secretária,
Não sabe nem o que está dizendo,
Eu é que sou a proprietária dessa fazenda
E o senhor é o meu empregado".
E nisso ele abaixou a cabeça e ficou calado mas depois respondeu:
"eu nunca na minha vida me senti tão humilhado.
Pode me dar a papelada que eu assino a minha demissão,
Eu prefiro pegar a estrada
Do que ter que chamar uma mulher de meu patrão".
Ai ela tirou da gaveta, uns papéis e uma caneta,
E colocou na sua mão.
Depois que ele assinou,
Ela então se levantou e disse assim prá ele:
"o senhor parece que está chorando,
Se o senhor quiser agora pode ir andando,
Que eu tenho mais o que fazer".
E ele foi saindo de cabisbaixo
Lá pra fora,
Sabendo que ia embora, mas sem ter um rumo certo,
Sua vida virou um deserto
E ele se sentia agora realmente um velho desamparado.
E nisso foi chegando um garotinho do seu lado e foi dizendo:
"porque que o senhor está aí chorando parado,
Enquanto a minha mãe também chora de longe te olhando.
Eu nunca vi ela maltratar um empregado,
Mas o senhor pode fica sossegado,
E não precisa chorar mais não,
Que ela já tá vindo aí e na certa vai lhe pedir perdão".
E ele quando viu ela se aproximando já foi dizendo:
"eu não preciso do seu consolo
E muito menos do seu perdão,
A senhora é rica e fazendeira,
E eu sou um velho que já não tem mais nada na vida,
Mas eu vou sair daqui de cabeça erguida
E ao cruzar aquela porteira que por mim foi construída,
Eu quero ouvir o som da sua batida,
Que sempre foi o sinal da minha chegada,
Mas que hoje me aponta a estrada,
Que por ironia, será o meu ponto de partida.
Eu já tô indo embora,
Já até peguei rainha sacola,
E a senhora já pode ir cuidar dos seus empregados,
Que eu não preciso de despedida,
Porque desse chão que já foi a minha vida,
Eu não posso sair daqui assim tão humilhado".
Ai então ela falou:
"dessa vez o senhor não se enganou na sua decisão,
Porque com despreso e humilhação, ninguém alcança a felicidade.
Mas eu vejo que o senhor já aprendeu bem a lição
E só uma coisa o senhor ainda não percebeu.
Que durante trinta anos eu sempre
Acompanhei os seus passos, eu vi a sua glória e o seu fracasso.
E se o senhor ainda não está me reconhecendo,
Eu vou te contar toda verdade.
Um dia eu também fui tão humilhada e despresada
Pelo meus pais e meus irmãos,
Que aos doze anos de idade,
Eu tive que pegar a estrada,
Só levando amargura e solidão,
E eu fui dizendo pra mim mesma que um dia eu me vingaria,
E quando eu vencesse na vida eu voltaria,
E mostraria para todos o meu valor.
Mas eu já estou vendo nos olhos do senhor nas lágrimas
Que estão caindo,
Que o senhor agora já sabe quem eu sou,
E a dor que eu estou sentindo.
Mas eu aprendi que a vingança não é uma boa aliança,
E só aumenta nossa dor.
E por favor meu pai, chega de chorar,
Não vamos mais sofrer,
Me dê um beijo e um abraço,
Que um abraço e um beijo eu também quero ti dar.
O mundo me ensinou a viver,
E vida me ensinou à perdoar,
Por isso o senhor não precisa mais ir embora,
O senhor já tem sua fazenda de volta para cuidar.
E pro senhor melhor entender,
Eu faço questão de mostrar,
Que os papéis que assinou agora pouco na minha mesa,
E que nervoso o senhor nem leu antes de assinar,
Não era a sua demissão,
Era a escritura da fazenda
Que eu estou lhe devolvendo em suas mãos,
Esse é o presente que eu queria ti dar.
E comigo o senhor não precisa se preocupar,
Que eu estarei aqui bem perto em outra fazenda
Que eu acabei de comprar.
E já que o senhor, não vai mais embora,
Me de então sua sacola,
Que o seu neto também quer lhe abraçar".
E ele que andava se sentindo tão sozinho,
Quando aquele menino o abraçou,
Beijando o seu rosto chamando de avô,
Se ele tinha algum resto de mágoa no pensamento,
Naquele momento se acabou.
Chorando ele abraçou a sua filha e o seu netinho,
Pediu perdão pelo seu passado,
Totalmente arrependido.
Voltou a ser um homem honrrado,
E só então pra ele, a sua vida,
Finalmente fez sentido

RESISTÊNCIA ESPIRITUAL




RESISTÊNCIA ESPIRITUAL

"Era perto da meia-noite; Paulo e Silas oravam e
cantavam hinos a Deus e os outros presos os escutavam".
(Atos, 16:25)
Reveste-se de profundo simbolismo aquela atitude de Paulo e Silas nas
trevas da prisão. Quando numerosos encarcerados ali permaneciam sem
esperança, eis que os herdeiros de Jesus, embora dilacerados de açoites,
começam a orar, entoando hinos de confiança.
O mundo atual, na esteira de transições angustiosas e amargas, não
parece mergulhado nas sombras que precedem a meia-noite?
Conhecimentos generosos permanecem eclipsados. Noções de justiça e direito,
programas de paz
e tratados de assistência mútua são relegados a pianos de esquecimento. Animais
furiosos aproveitam a treva para se evadirem dos recônditos escaninhos da alma
humana, onde permaneciam guardados pela cobertura da civilização, e tentam
dominar as criaturas empregando o terror, a perseguição, a violência. Quantos jovens
jazem no cárcere das desilusões, da amargura, do remorso, do crime? Através de
caminhos desolados ao longo de campos que as bombas devastaram, dentro de
sombras frias, ha mães que choram, velhos desalentados, crianças perdidas. Quem
poderá contar as angústias da noite dolorosa? Os aprendizes do Evangelho,
igualmente, sofrem perseguições e calúnias e, em quase toda parte, são conduzidos
a testemunhos ásperos. Muitos envolveram-se nas nuvens pesadas, outros
esconderam-se fugindo a hora de sofrimentos; mas, os discípulos fieis, esses
suportam ainda acoites e pedradas e, não obstante as trevas insondáveis da meianoite
da civilização, oram nos santuários do espírito eterno e cantam cânticos de
esperança, alentando os companheiros.
Enquanto raras almas sabem perceber os primeiros rubores da alvorada, em
virtude da sombra extensa, recordemos os devotados obreiros do Mestre e
busquemos na prece ativa o refugio consolador. Se o mundo experimenta a
tempestade, procuremos a oração e o trabalho, a f é e o otimismo, porque outro
dia glorioso esta a nascer, e em Jesus Cristo repousa nossa resistência espiritual.

QUE A FORÇA ESTEJA COM VOÇÊ !

HISTÓRIA CHEROQUEE



HISTÓRIA CHEROQUEE

Você conhece o rito de passagem da juventude dos índios Cherokees?

O pai leva o filho para a floresta durante o final da tarde, venda-lhe os olhos e deixa-o sozinho.

O filho se senta sozinho no topo de uma montanha toda a noite e não pode remover a venda até os raios do sol brilharem no dia seguinte. Ele não pode gritar por socorro para ninguém. Se ele passar a noite toda lá, será considerado um homem. Ele não pode contar a experiência aos outros meninos porque cada um deve tornar-se homem do seu próprio modo, enfrentando o medo do desconhecido. O menino está naturalmente amedrontado. Ele pode ouvir toda espécie de barulho. Os animais selvagens podem, naturalmente, estar ao redor dele. Talvez alguns humanos possam feri-lo.Os insetos e cobras podem vir picá-lo. Ele pode estar com frio, fome e sede.O vento sopra a grama e a terra sacode os tocos, mas ele se senta estoicamente, nunca removendo a venda. Segundo os Cherokees, este é o único modo dele se tornar um homem. Finalmente...Após a noite horrível, o sol aparece e a venda é removida.Ele então descobre seu pai sentado na montanha perto dele. Ele estava a noite inteira protegendo seu filho do perigo. Nós também nunca estamos sozinhos! Mesmo quando não percebemos Deus está olhando para nós, 'sentado ao nosso lado'. Quando os problemas vêm, tudo que temos a fazer é confiar que ELE está nos protegendo.Evite tirar a sua venda antes do amanhecer... Moral da história: Apenas porque você não vê Deus, não significa que Ele não esteja convosco. Nós precisamos caminhar pela nossa fé, não com a nossa visão material.


QUE A FORÇA ESTEJA COM VOÇÊ !

Conflito entre dois lobos





Conflito entre dois lobos

Um velho cherokee dava lições de vida aos seus netos. Disse-lhes:
“Está se travando uma luta dentro de mim. Luta terrível, entre dois lobos.
Um é o medo, a cólera, a inveja, a tristeza, o remorso, a arrogância a auto-piedade, a culpa, o ressentimento, a inferioridade e a mentira.
O Outro é a paz, a esperança, o amor, a alegria, a delicadeza, a benevolência, a amizade, a empatia, a generosidade, a verdade, a compaixão e a fé.
A mesma luta está se travando dentro de vocês e de todas as outras pessoas…”
As crianças puseram-se a refletir sobre o assunto e uma delas perguntou ao avô: ” Qual dos lobos vencerá?”
O ancião respondeu:
” Aquele que for alimentado…”

Cada vez que decidimos trilhar algum caminho, alimentamos um desses dois lobos. Qual deles irá vencer dentro de você? Reflita e faça suas escolhas .


QUE A FORÇA ESTEJA COM VOÇÊ !